Com extensa experiência no tratamento dos Transtornos Alimentares, em centros de referência como o Programa de Atendimento no Ambulatório de Transtornos Alimentares (AMBULIM) do Instituto de Psiquiatria – HC-USP e Núcleo de Atenção aos Transtornos Alimentares (PROATA) da Unifesp, desenvolvi ao longo destes anos um perfil de atendimento diferenciado, não prescritivo, voltado ao entendimento das percepções individuais sobre comida e corpo, e como elas impactam nas escolhas dos indivíduos. A experiência com o tratamento, e sua cronicidade, me fez entender que o nosso papel como profissional pode ir além de simplesmente orientar e prescrever.
A vontade de contribuir para um mundo melhor, me levou por caminhos e experiências fundamentais para a reflexão e formação de uma crença: “Acreditar que nossas crianças e adolescentes podem construir uma relação amorosa com a comida e com o corpo, e desta forma se tornarem adultos mais felizes”. Nesta busca surgiu o interesse por estudar a área da prevenção. Um mundo novo, de conceitos desconhecidos na área da nutrição, longe do básico da minha formação.
Minha carreira acadêmica então se voltou a essa área de estudo, que é fascinante, mas ao mesmo tempo muito desafiadora. Fui buscar fora do país o conhecimento, e fiquei encantada sobre as inúmeras possibilidades de atuarmos nesta linha. Ao longo dos anos acadêmicos (Doutorado e Pós-Doutorado) desenvolvi projetos inovadores de prevenção em escolas, como a versão Brasileira do programa de prevenção integrada “New Moves” e percebi o quanto os jovens podem se beneficiar de uma abordagem não prescritiva, não focada na perda de peso, acolhedora e colaborativa.
Em paralelo ao acadêmico, e na minha experiência com os transtornos alimentares, cada vez mais fui me aprofundando nas questões que envolvem o comer, aprendendo sobre a importância de se lidar com nossos pacientes com carinho, atenção, parceria e compaixão. Aprendi com abordagens como a entrevista motivacional a importância de escutarmos com atenção, e respeito, e com o “Mindful Eating” a ajudar os pacientes a se conectarem com seu interno.
Atualmente sou membro do Conselho Técnico da Associação Brasileira de Transtornos Alimentares (ASTRAL). Leciono em cursos de Pós-graduação. Sou coordenadora de pesquisa do NUPE (Núcleo de Pesquisa do Ambulatório de Transtornos Alimentares -HC-IPq-FMUSP). Orientadora da Pós-graduação em Fisiopatologia Experimental da FMUSP. Idealizadora do perfil @prevencao.sem.danos, coordenadora do projeto de prevenção em mulheres universitárias @body.project.brasil, e do grupo de estudos em Transtornos Alimentares da @astralbr.
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